O ano começou agora e eu já queria reestrear o blog indicando esta série que foi uma das melhores coisas que assisti em 2016.
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Rick and Morty é uma espécie de paródia de De
Volta para o Futuro com Doctor Who e O Guia do Mochileiro das Galáxias. Criada
por Justin Roiland e Dan Harmon, a série segue as alopradas aventuras de um
adolescente completamente ordinário com seu avô, um gênio da ciência rabugento
e moralmente dúbio.
À primeira vista, parece se tratar de mais uma
animação de comédia adulta, na linha de Os Simpsons e South Park, mas é um fato
importante e conhecido que as coisas nem sempre são o que parecem ser.
Apesar de os personagens epônimos serem
originalmente baseados em Doc Brown e Marty McFly, as semelhanças com a
clássica trilogia de Robert Zemeckis param por aí. Além do humor negro (comum
no gênero), a série carrega profundas questões existencialistas que mais
parecem ser abordadas de brincadeira, a princípio, mas vão se tornando cada vez
mais evidentes ao longo dos episódios. Justin Roiland (Conde de Lemongrab,
Adventure Time; Blendin Blandin, Gravity Falls), que
também faz as vozes dos dois protagonistas, declarou que tinha a intenção de
que cada episódio funcionasse sozinho, assim como Os Simpsons, mas, como
geralmente é o caso, a obra acabou ganhando vida própria.
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À esquerda, Dan Harmon, e à direita, Justin Roiland, que dubla ambos os protagonistas da série, além de vozes diversas. |
O jovem Morty tem evidentes problemas de cognição
e ansiedade. Sua família é composta por quatro pessoas: ele, sua irmã mais
velha, Summer, e seus pais, Beth e Jerry Smith. Rick, pai de Beth, voltou para
casa após vinte anos desaparecido, e sua filha fará de tudo para não deixar que
ele vá embora outra vez, inclusive permitir que o velho transforme sua garagem
num laboratório cheio de aparatos futuristas. Os conflitos familiares compõem
uma parte relevante da trama, podendo ficar muito sombrios às vezes.
Mas o foco são as peripécias interdimensionais de
Rick e Morty. A viagem no tempo em si não é um elemento muito presente ‒ os criadores
preferiram não usar porque era "muito manjado". Em
vez disso, a série gosta de brincar com realidades paralelas e
conceitos físicos, astrofísicos e de ficção
científica, por vezes obscuros. Enquanto arrasta Morty pelo multiverso, Rick
comete algumas atrocidades imperdoáveis, mas o espectador vai se encontrar
alimentando um carinho por ele mesmo assim (da mesma forma que faria por um avô
rabugento). Às vezes, vai inclusive tentar justificar seus atos, "passando
a mão" na cabeça do velho biruta; mas, em alguns casos, simplesmente não
dá pra aceitar. As coisas se acumulam muito rápido, e, naturalmente, perguntas
vão surgindo, e cada vez mais mais sua cabeça vai ficar cheia com o
quebra-cabeça que é Rick Sanchez e seu universo.
Recheado de referências a diversos filmes
consagrados, a série também oferece várias vezes comentários em temas já
abordados anteriormente, que perpassam a relatividade da moral, a individualidade
do ser e o problema do ceticismo, além de críticas ácidas ao nosso modelo
social e à religião organizada. Pra não dar nenhum spoiler ‒ porque você vai querer criar suas próprias teorias ‒, eu vou ficar por aqui.
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O ano começou agora e eu já queria reestrear o blog indicando esta série que foi uma das melhores coisas que assisti em 2016. Rick...