A capa de As Pontes de Puzur

Adoro analisar capas.

(CONTÉM SPOILERS DO PRIMEIRO LIVRO)


O título da sequência d'O Espadachim de Carvão de Affonso Solano é oficialmente O Espadachim de Carvão e as Pontes de Puzur. Eu adoro essa vibe meio Harry Potter que títulos que incluem "e alguma coisa" me fazem sentir. Não dá pra fugir, sempre me lembra.

Esta semana o autor divulgou a arte da capa do segundo romance que acompanha as aventuras do espadachim semideus Adapak. E, eu devo dizer, diferentemente da primeira capa, que eu não gostava tanto de cara mas acabou crescendo em mim, esta me encheu os olhos logo à primeira vista.

Vamos dar mais uma olhada nela:

Novamente a artwork aqui foi trabalhada com Rafael Damiani e Rico Bacellar.

Novamente, eu adoro a sensação que esta capa passa: tranquilidade, grandiosidade, beleza. O que temos aqui é a visão aérea de um penhasco sobre uma enorme cidade (ainda não sabemos qual), com o que parece ser um Templo Dingiri no centro (os lindos cristais iluminando a tardinha), junto a uma baía, sob um belíssimo pôr (ou nascer) do Sol. As cores quentes, os tons de amarelo e lilás no centro, e os gradientes frios de azul nos cantos ajudam a passar uma sensação de tranquilidade, marasmo... uma fragilidade que está prestes a se romper enquanto chega a noite.

Mas ei! Quem são essas duas figuras na ponta do penhasco? Se não me falha a memória, aquele cara com três pernas é um ushariani, certo? Seria Telalec? Ele está morto no final do primeiro volume, então esta imagem poderia estar representando algum momento do passado? Por que o encontramos aqui, parado, num momento de contemplação, assistindo ao espetáculo da natureza? Não temos um elenco muito vasto no primeiro livro, e não há nenhum outro ushariani (vivo) relevante à história. A não ser que seja um sucessor, aprendiz ou familiar dele. Ou pode ser alguém nada a ver, vai saber. De qualquer forma, eu gosto de Telalec.

Ora, sabemos que, essencialmente, ele não é uma pessoa má, propriamente dizendo. Digamos que tem apenas uma... divergência de opinião grave (?). Sim, gosto bastante dele, apesar dele perseguir Adapak por um motivo aparentemente tão fútil para nós; ele é quase um Javert de Kurgala.


Mas se este for Telalec, quem seria a outra silhueta junto a ele? Seria ela (vejo uma mulher) o motivo de Telalec pausar sua feroz caçada? A primeira personagem feminina que me vem à mente é T'arish, mas a presença dela aí não parece fazer tanto sentido... ou faz? Adapak mandou-a procurar por Telalec, afinal. Devo dizer, porém, que não esperava por um resgate dessa personagem. Não me lembro de ninguém tocando instrumentos de cordas no primeiro livro, também, mas é verdade que não vimos tanto dela além dos olhos de Adapak. Qual seria sua função na história? Hm... isso está me deixando mais curioso.

E se o segundo livro seguir o esquema do primeiro, e tivermos flashbacks intercalados com a narrativa? Essa cena pode realmente ser uma memória, algo que precisamos descobrir sobre T'arish e Telalec. Isso parece fazer ainda mais sentido se você considerar na atmosfera conferida pela paisagem de sonho. Mas daí esses flashbacks não seriam do Adapak, certo? Teremos um novo ponto de vista aqui? Será que vamos um dia saber o que estava escrito na carta?

Mas ei, enquanto o ushariani (Telalec?) parece assistir o pôr do Sol, a garota está olhando para... cima?


Ei, o que é isso aí no céu? Algum tipo de nave orga? Tecnologia que não vimos ainda n'O Espadachim? Ou seria apenas mais um habitante casual de Kurgala dando um passeio? O aspecto de medusa me despertou a curiosidade. Uma adição intrigante junto à lua de Sinanna.

Agora, o que mais me agrada no desenho, após uma análise mais detalhada, é o design do penhasco. Cara, que cenário mais... Final Fantasy! Sério, estou adorando isso. Parece tão épico, tão clássico, tão bonito. Olha as escadas estreitas posicionadas inconvenientemente da forma mais mortal possível na borda do abismo, e ainda assim parecendo obra da natureza. E essas raízes soltas? A grama rareada, a árvore nodosa, torta, as folhas roxas, as cores vibrantes... é tudo tão... bonito.


É interessante que esta capa foque no ushariani de forma tão casual/dramática, embora o livro ainda carregue o título de Adapak. Será que realmente aqui teremos um aprofundamento maior em outras partes da história e do universo que não podemos ter acesso apenas com o conhecimento do Espadachim? Sobre os Círculos Tibaul? Igi, Sumi e Lukur? As Pontes de Puzur... isso faz referência ao poder imanente das três espadas unidas. Saberemos mais sobre o lendário ushariani e seus grandes feitos? E se for ele na capa, junto com Sumi, e não Telalec e T'arish? Isso explicaria por que a cena parece quase... romântica. A cidade lá embaixo está passando alguma mensagem que não estou captando?

Minhas expectativas para este título estão ainda maiores do que as que eu tinha pelo primeiro. Certeza que não vai decepcionar. Só quero ver este universo se expandindo cada vez mais para eu poder nadar nele com alegria. Preciso muito reler O Espadachim de Carvão antes de pegar neste volume, porém, pra refrescar as memórias e entrar no clima.

Lembrando que As Pontes de Puzur já está em pré-venda e será lançado oficialmente na Bienal Internacional do Livro no Rio de Janeiro, em setembro. O lançamento acompanha uma HQ original que complementará a história do romance. Dê uma passada na Amazon!

(Escrito com a ajuda do meu amigo Frankllin Amando.)

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2 comentários

  1. Eu acho que vou ter que reler o primeiro livro para ler esse, pois muitos dos detalhes eu já perdi. Achei muito interessante esse tipo de postagem de análise de capa! :D

    Infinitos Livros

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    1. Muito obrigado, Samy! ^^ Pois estamos juntos. Eu vou reler também, e agora, porque pretendo comprar este livro com o primeiro salário do meu novo emprego! XD

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